segunda-feira, 6 de abril de 2009
13:30 - Visita ao Instituto A Vez do Mestre (IAVM)
Carly Machado, com muita disponibilidade, gentileza e paciência para o imenso número de perguntas do grupo visitante, nos apresentou a metodologia de trabalho do IAVM em seus cursos de graduação e pós-graduação a distância.
Comentou sobre alguns desafios, como atender ao público das regiões norte, nordeste e centro-oeste, muitas vezes sem acesso a internet e nos ofereceu, para apreciação, parte do material didático produzido e utilizado pelo Instituto. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer as pessoas em suas diversas áreas de trabalho no IAVM.
A visita era opcional mas, mais do que isso, foi um diferencial para quem escolheu realizá-la!
domingo, 5 de abril de 2009
11:00 – João Roberto Moreira Alves – Relações de trabalho em EAD
Dr. João defende que professor é professor em qualquer que seja a modalidade, não existe diferença na legislação, e o professor a distância não pode receber um salário diferente do que receberia no presencial.
Alguns cuidados devem ser tomados:
1) Direitos autorais - sobre o direito de imagem (no caso das transmissões de video), as relações estão previstas no Direito Comum, Civil e não no trabalhista, assim como a produção de material didático, como textos, atividades etc. Tudo deve ser definido claramente, inclusive a remuneração (em contrato).
2) Não disponibilizar e-mail pessoal e telefone do professor, para evitar questionamentos trabalhistas.
3) Acerto de relógio do computador: a instituição não pode invadir o lazer do professor, a não ser nas horas contratadas. Em dias úteis a partir das 22 h, nos sábados, domingos e feriados, paga-se adicional equivalente por hora trabalhada.
10:00 – Rita Borges – Credenciamentos de programas de EAD na Educação Superior
Rita Borges é avaliadora do MEC e assessora de implantação de EAD nas instituições.
Inicia sua palestra destacando que EAD não é só aplicação de tecnologia e que o modelo para graduação, não pode ser o mesmo que para a pós-graduação, reproduzidos no que chama de sistema de produção fordista. Ao contrário, diz ela que "EAD é uma política estratégica", para o qual é necessário um Plano de negócios.
Conta que o boom da procura por credenciamento foi há quatro anos e que agora esta procura definiu bastante em função da necessidade de estrutura, de competência técnica para EAD (diferentemente da presencial), de gestão acadêmica e de mantenedores convencidos do modelo de EAD. Aponta o uso dos 20% de atividades online em cursos presenciais como o pontapé inicial para uma instituição pensar em se credenciar na modalidade a distância.
A seguir, Rita apresentou itens observados nos processos de avaliação e supervisão pelo MEC.
Os programas de EAD devem contemplar:
- Projeto pedagógico
- Recursos materiais
- Logística do processo
- Formação e capacitação da equipe multidisciplinar em EAD, e não só gestor/coordenador e professor
- Desenho do programa, conteúdos programáticos e material didático (não só material impresso e o material o que está na plataforma)
- Estratégia e apoio pedagógico de mídias
- Gestão tecnológica eficiente (com equipe de apoio ao aluno)
- Capacitação de professores autores e tutores
- Análise do currículo dos cursos envolvidos no programa (devem ser os mesmos que no curso presencial)
- Avaliação de todas as ações desencadeadas nos processos de EAD
- Avaliação e procedimentos e seus impactos, ações corretivas. (É preciso ter um planejador na equipe, diferentemente do gestor).
É preciso ter atenção a pontos importantes como:
- Material didático – critica o uso unicamente da apostila, sem tutoria
- Professor autor
- Conteúdo
- Tutoria e monitoria – o guia de estudo não é suficiente, não deve ser adotado como único apoio ao aluno
- Tecnologia: mídias integradas – material online, aula teletransmitida etc.
- Atendimento pela equipe de EAD (administrativa e acadêmica) – logística de atendimento]
- Ambiente, estrutura física – pólos não são "salinhas, sem infra-estrutura, quentes"
Indicadores para avaliação (integrados entre si):
- Integração ao ensino superior
- Identidade da EAD da instituição
- Equipe multidisciplinar
- Recursos educacionais
- Tutoria e comunicação
- Infra-estrutura de apoio (sede e pólos)
- Avaliação ampla de todo o processo educacional
- Convênios e parcerias (para pólos regionais, por exemplo)
- Edital e informações aos alunos
- Custos de todo o programa
Fatores monitorados na avaliação:
- Quantidade e qualidade de consultas e matrículas
- Sucesso dos alunos
- Satisfação dos altos
- Satisfação do corpo docente
- Reputação do programa ou da instituição
- Qualidade dos materiais do curso (há critérios básicos para avaliar o material)
Marcos referenciais para programas de EAD:
- Apoio institucional (não é só ganho econômico, por exemplo. Ex.: Responsabilidade Social)
- Desenvolvimento do curso
- Processo de Ensino-Aprendizado
- Estrutura do curso (estruturas diferentes para cursos diferentes)
- Apoio aos professores
- Apoio aos alunos
- Avaliação sistêmica
Contatos:
sexta-feira, 3 de abril de 2009
03/04, 09:00 – EAD na educação básica – Eduardo Desiderati Alves
Inicialmente, os pólos de EAD eram somente pontos de venda, sem biblioteca ou laboratório de informática. Eduardo afirma que a exigência da biblioteca é uma questão discutida na prática, diante da possibilidade de enviar documentos aos alunos pelo correio. As demais exigências (professores, secretaria, coordenação, computadores, por exemplo) em geral são atendidas.
Sugere a adoção de várias mídias: reconhece que a Internet é mais barata do que o satélite; recomenda plataformas livres (como o Moodle) e material impresso.
Ressalta e importância de coordenar: estrutura física, tecnológica e acadêmica e abre para debates, com a discussão sobre a prática de 20% da carga horária em EAD, a qual estimula antes da tentativa de credenciamento do curso todo no MEC.
14:00 - Materiais didáticos e infra-estrutura para EAD - Mônica Ferreira Melo
Diz ela que trabalhar com EAD é:
- dinamizar;
- não ter fronteiras, preconceitos, buscar conhecer e se sensibilizar a outras culturas e necessidades;
- detectar rapidamente os problemas e encontrar/criar rapidamente estratégias para solucioná-los;
- trabalhar com planejamentos semanais, calendários e datas de entregas específicas;
- avaliar continuamente, de acordo com o desempenho e participação ao longo do curso;
- trabalhar com evasão.
- Material impresso
- Áudio
- Vídeo
- Conferências
- Fóruns
- Salas de bate-papo
- Links
- CD-ROM
- Internet (ex.: sites para pesquisa)
Ao falar sobre a infra-estrutura para EAD, a professora Mônica integrou este tema com o anterior, reforçando: a importância da mudança constante, da inovação e da intensificação da interatividade para o sucesso da EAD.
10:00 – Viabilização e perspectivas da EAD - João Roberto Moreira Alves
1. Ante-projeto
2. Projeto Pedagógico
3. Projeto econômico-financeiro
Para tal, defende:
- o uso de livros publicados e reconhecidos nas respectivas áreas do conhecimento, acompanhados de um guia de estudos para o uso do livro escolhido. Critica o que chamou de atual "pedagogia da tela";
- a adoção de plataformas livres e gratuitas;
- seleção bibliográfica e material de apoio de domínio público;
- todas as tecnologias possíveis: material impresso, CD-ROM, CD de áudio, vídeo, rádio e não só a internet. Defende também o material sem grande sofisticação gráfica ou tecnológica;
- extrema atenção às negociações contratuais (contratos temporários e permanentes) no que diz respeito às relações trabalhistas;
- parcerias com consórcios e redes, o que diminui custos e abrir mais postos de atuação, mas sugere atenção aos consórcios. Aponta o CREAD, que tem tido bons resultados, inclusive internacionais;
- revisão da qualidade e atualização constante dos programas dos cursos;
- secretaria virtual trabalhando sete dias por semana, 24 horas por dia;
- direitos autorais – pagamentos e registros de direitos de propriedade intelectual;
- impressão reduzida de material, sob demanda
Quanto ao Projeto pedagógico, propõe:
- Mínimo de pré-requisitos;
- Criatividade nos nomes dos cursos e disciplinas;
- Possibilidade de certificação parcial ao fim dos módulos;
- Possibilidade de sistema de universidade aberta;
- Cursos bilíngües;
- Sistema de gestão de EAD (crucial para o sucesso!);
- Foco no atendimento ao aluno – o profissional precisa "conhecer e saber lidar com gente" e rapidez nas decisões e nas respostas.
Em seguida, fez uma breve reflexão sobre a reação à necessária mudança de paradigma, abordando quatro tipos de pessoas:
- Tipo vítima (10% do universo)
- Tipo crítico (10% do universo)
- Tipo observador (70%)
- Tipo navegador (10%)
Sugeriu buscar trazer todos para o navegador, sem tentar convencer os tipos vítima e crítico. Se eles não migrarem de tipo, com o seu esforço educacional com o apoio dos navegadores, por exemplo, talvez seja interessante considerar retirá-los da equipe.
09: 30 - Abertura – João Roberto Moreira Alves
Dr. João abriu o primeiro dia com o histórico da EAD, enfatizando que EAD não é coisa nova.
Alguns dos números atuais citados por ele:
220 mil instituições de ensino autorizadas.
204 instituições credenciadas pelo MEC, em que 200 são IES.
O Brasil é o 59º no ranking mundial de avanço tecnológico, o que se reflete diretamente na EAD hoje.
Discutiu amplamente o processo credenciamento da EAD das instituições realizado pelo MEC e o avanço do ensino livre graças a dificuldades como a necessidade de encontros presenciais e a complexidade dos pólos regionais.
As apresentações de todo o encontro serão oferecidas no site do IPAE, voltarei aqui para encaminhar o link para elas!